Descobri que o famoso “limbo” não existe mais
e assim, pega de surpresa, me vi fora do lugar em que me joguei antes de
definir que tipo de vida eu gostaria, queria ou – deus me livre – deveria, ter.
Nestes últimos tempos eu me sentia confortável em estar em lugar nenhum ou –
melhor ainda – todo dia pensar que eu poderia ter uma vida diferente, espiar as
opções reinantes, almejar outros rituais para a vida, acordar de manhã e
decidir que chorar seria a pedida do dia ou rir a mais não poder de bobagens.
Acontece também, vez ou outra, de sentir-me
picada por uma leve loucura deixando que ela adentre minhas suposições nesta
borda em que me encontro e, ao brincar que perdi a razão me arvoraria de
coragem de me desfazer do caos se mostrou muito atrativa. Deste jeito, talvez o
pulo para o céu seja a condição mais viável e o inferno não teria voz neste
conluio de mim para mim nesta margem da existência.
No lugar em que me determinei a fazer uma
pausa, do lado de fora me espiam malévolas todas as coisas que faziam parte da
minha vida e que hoje se apresentam como estranhas, como se, de certa forma, eu
me houvesse evadido do “status quo”, como se em um arroubo determinei a mim
mesma que de agora em diante o caos não determinaria meus próximos passos e que
daqui para frente eu decidiria ficar neste lugar, para, por um tempo pelo
menos, imaginar que estou sem pecado.
Nesta condição, não posso perder de vista o
verdadeiro significado da palavra em titulo porque ela determina, assim como
eu, que tudo que ali foi depositado resta em esquecimento.
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