quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

De caso pensado


A desconfiança não aparece em nenhum momento sequer quando as falas, lá pelas tantas, poderiam esconder uma segunda intenção, uma razão mais vil e que naquele momento não deveria vir à baila, em hipótese alguma. E deste jeito a ilusão toma conta de todas as letras, parecendo de certa feita que a pontuação não esta exagerada, que as vírgulas separam o joio do trigo, que o verbo se encontra em perfeita conjugação não havendo qualquer distúrbio. Não demorou muito para que todos estes pontos se alternassem em sua conclusão porque uma parte bem importante não teve a atenção devida e, deste jeito, não há grafia que desminta o que as escritas valeram, porém, em algum momento faltaram algumas advertências.

E da pior forma vem à tona que não basta que todas as regras estejam acordadas por uns e outros porque quando existe uma brecha, é justamente ali que irá vazar o que lá atrás não se deu muita atenção. Mas, surpreendentemente não se imagina que todas as boas intenções seriam tão enganosas, que a pressa seria a causa de menos análise, ou que a ingenuidade seria um algoz de tão alta relevância, se somando a tudo que a confiança nata na vida proporciona a quem tem na ponta de sua lança perfumes ao invés de venenos.

Na verdade nunca termina a intenção subentendida de um caso pensado que tem por sua vez a finalidade de deixar em entrelinhas bem abafadas o real motivo, que joga todas as suas fichas em sua vitória, em seu poder de persuasão, em sua forma de ter para si, mesmo com intenções veladas, o que lhe aprouver. Assim, nas sombras, o que o difere de outros tratos é sempre a pressa, a urgência, a data apertada que ocultamente faz estremecer o outro lado e acelera o passo sem nem direito saber por quê.

É neste exato momento que a corrida acelera mesmo não sendo sua, a vida corre em desabalada carreira mesmo que a problematica em questão seja a do outro, e, finalmente, o sangramento do caso pensado advém da hipótese plantada de que tudo dependeria de você.

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns!

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