Assim um pouco do nada, mas depois pude
confirmar que tem procedência, uma falta aguda se inicia a ferir os meus dias,
e mesmo que eu não perceba de pronto, posso notar que a minha rotina está sendo
acometida de intensos lances que muito sorrateiramente se acomodam erraticamente.
Não dá para levar muito em conta porque a caminhada sempre tem percalços, rola
um acontecimento desigual de todos e se não tem, a gente procura, porque a
orientação é de se fazer tudo diferente a cada dia. Triste sina porque o tanto
de prazer de um passo após o outro é justamente se dar conta da atenção que se
tem aos detalhes, sejam eles de rotina, sejam eles sorteados na hora sejam
inventados aos saltos.
E deste modo automático, vai-se arrastando os
pedaços descosturados sem muita atenção porque a faina de olhar em frente não
tem tempo de perceber nada em volta, o que anda atrasando o sorriso, o que está
deixando à deriva os desejos, o que não anda se enroscando em nós como deveria
o que este fantasma busca em todos os minutos.
E, em um anoitecer simplório quando a alma
tem um encontro com relativo silêncio, o corpo esfria cansado, os olhos se
tornam chamas turvas, as mãos cansadas se retraem e de certo modo a ossada
completa relaxa, aparece em grande algaravia as faltas, essas, que não nos
detemos a prestar atenção porque o sino bate em outros ritmos e a cantata tem
que seguir firme.
Percebe-se que há um tempo bem longo o modo
de passar as atividades tem sido alterada sem ninguém perguntar se aquelas
alterações terão bom uso e, de maneira singular a rota é modificada causando desaviso.
Na sequencia, os caminhos costumeiros figuram diferentemente, sendo agora mais difícil
cumprir determinados rituais, o silêncio obsequioso da vizinhança não brinda o
jardim, não abre um sorriso ao invés da conversa, não presenteia a manhã
preguiçosa com a delicadeza de não se ouvir nada além da natureza. E assim fico
eu sentindo muita saudade do que eu tinha e não sabia.
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