Parecia diferente, mas, olhando bem era igual
aos outros apenas realçando a mancha escarlate que jogava, assim, a esmo, com
uma intenção de levar a vida de um jeito diferente, tomando para si as chances
de modificar-se vez ou outra, escolher outra exterioridade e firmar-se com
autoridade de quem sabe o que faz sendo fiel a si mesmo, mesmo pertencendo à
turba. Aliás, um aglomerado digno de
maior observação uma vez que seus pares resolveram se unir em uma cor para apesar
de não ser, parecerem iguais.
O existir aglomerado impõe um estilo único
onde pensar fora da caixa é impossível, afinal nem dá tempo, porque a missão diária
é sempre olhar com o rabo do olho quem está caminhando junto a si e, atento, conferir
se anda tudo igual como deve ser. Comparar-se é a regra, mesmo que desconfiem
que aquele uniforme não lhe assente bem, a estrutura não lhe favorece as
atividades, a cor o deixa desanimado, as costuras são apertadas, os saltos são
demasiadamente altos, a gravata esgoela a garganta, o paletó ferve as
entranhas, a maleta de couro fino pesa, a parafernália eletrônica enlouquece.
Tudo isso e muito mais fica sem retrato. Sem consideração. Sem percepção. Junto
a isso existem aqueles impulsos todos de se apoderar de tudo o que anda sendo
garganteado como “up-to-date” e que,
claro, a turminha que congrega tudo junto misturado não pode em hipótese
nenhuma dispensar.
E assim a cor solar destoante ilumina com tons
de sangue aquele ponto dando para ver a graça do recorte no fundo de seus pares
olhudos, se contornando com vivacidade porque preferiu pegar outro caminho,
livre para olhar por sobre os ombros, por cima, para os lados, para trás e para
baixo. E o resultado da iniciativa reverte para então se pensar que os tons da
palheta podem colorir vidas que se propuseram a ter outro destino que não seja serem
os iguais.
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