sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Desvio


Via-se com clareza que o volume de informação já havia se esgotado, que a pá absurda e cheia não possuía mais força para buscar no fundo o que ninguém mais se importava. As formas da cangalha se amontoavam ladeando aquele caminho que ninguém mais queria trilhar, ora porque estava cansado das repetições, ora porque nem enxergava o que lhe vinha pela frente, ou pior ainda, nem se importava.

Desmerecia-se o argumento dando como regra que a relevância não prescinde de apoios, que ninguém espera o movimento que contraria muitos, que não viceja em solo fértil tais fatos que de tão contraditórios se extinguem por si só.

Recapados de valor a assertividade enfrenta os obstáculos de sempre, dia após dia, se mesclando com todas as iniciativas não tão ferrenhas, não tão aptas a serem verdadeiras. A presença de tantos pormenores confundem as estórias sem alma, sem sotaque, sem pele e ossos, eternizando todas as  alternâncias, as duvidas, as dividas com Deus, os descalabros da vida.

E de tão pouco ser, esvai-se a intenção, retira-se do quórum a pauta, amealha-se desta feita a falta de tudo, dá-se um jeito de relevar, de desfazer, de afundar a questão. E assim, desfeitos os nós, afigura-se a simples presença do ser em si. Todos os argumentos estão desencapados de valor, as oportunidades nem percebidas são, o esforço passou por um desconhecimento de alvo e assim se fez o vazio e este vácuo dá a chance de treinar um desvio.

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