Fico surpresa quando percebo que existe no meu entorno
vestígios e mascaramento de situações da vida cotidiana e me parece sempre que
é para valorizar algum status que alguém não usufrui, porém adoraria ter e
fazer parte, para que o mundo inteiro soubesse. Fica parecendo, a mim, que
imaginar o que quer que seja se apresente como solução para a incompetência de
ser.
Tudo me vem à cabeça desde aquela criatura que coleciona
um milhão de amigos no Facebook sem sequer conhecer
unzinho pessoalmente. Aliás, a Rede faz parte do imaginário do fingimento de
que todos são lindos, ricos, bem sucedidos, tem uma família grande e perfeita,
casamentos impecáveis, afetos sólidos e um trabalho importantíssimo que lhe dá
a maior felicidade. E, pior, acreditam que todos ali o admiram e lhe são caros.
Este é apenas um exemplo do que a minha experiência pode
detectar porque existem os sociopatas, aqueles que não se importam em se
enredar em situações fantasiosas envolvendo em seu ardil imaginoso quem melhor
lhe aprouver.
Neste feitio eu ousaria citar as pessoas que se
relacionam por interesse do que o outro possa lhe proporcionar que adoram a
carona do que não poderiam ter acesso se não fossem conduzidas por quem pode.
Também no rolo indigesto a galera camaleão, que se transforma em muitos
conforme a situação e a necessidade. Tudo com o objetivo focado em preencher
aquela necessidade contumaz de ser o que ele não é, ou não consegue ser.
Porém, o pior dos fingimentos vem do amor dissimulado que
se apresenta em uma teia que prende e não acontece.
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