A
luz vai caindo como se fossem pequenas estrelas endoidecidas que sem rumo se
jogam para todos os lados de forma única e durante alguns minutos vemos a
paisagem se transformar em sombra. Negra fase do dia em que se aquietam os
fracos trinados que já perderam seu poderio se entregando às forças da natureza
que conspira todos os dias com o presente da noite.
É nesta hora que o coração começa a bater mais
fraco, a mente se aquieta e se volta para os milagres da natureza que vertem
com simplicidade toda a sua personalidade.
Chega então o tempo da meia luz e é neste momento
que o ar se rende aos ventos, que as nuvens se evadem dos céus em busca de
outro canto para dar sua sombra ou suas chuvas. O clima se enche de aromas
estranhos dando lugar a perfumes encantados como se fosse uma purificação e um
pedido de perdão pelo dia hediondo que agora escapa facilmente por ordem da
natureza. Derradeiro, se transforma em um longo suspiro de adeus.
Após
o reinado do lusco-fusco encontramos as sombras se fundindo com seus
personagens formatando figuras que não são claras a olho nu. Assim se forma a
rede que nos açoita em cansaço e nos derruba em sono. O adormecer entra de
supetão contando outras estórias, enchendo o ocaso de fantasmas que se divertem
em nos fazer ir e vir em assuntos dos mais variados uma vez que estamos
rendidos em outros braços com a negra luz da noite a nos embalar.
Do céu ao inferno como o preto
no branco.
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