domingo, 22 de julho de 2012

Distração

Andar distraída, sempre olhando alhures, enxergando o que não existe ou elocubrando pensamentos muitas vezes distorcidos da realidade, mais porque não se tem como perguntar do que de fato se é assim mesmo, vez ou outra.

E vai daí que ser presa fácil é quase imperativo, mesmo sendo conseqüência da desatenção. Falta de enxergar melhor, de abrir os olhos, de tirar da visão aquela pasmaceira insensata que deixa o olhar parado e a boca aberta, parecendo que realmente não estás ali.

E é no contrapé que vão te acertar. Como se andasses sempre em frente sem olhar para trás, cuidando da vida agora e dela ali um pouco adiante, mas não muito, é que a surpresa te pega.

Bem feito.

E entra em campo a valorosa turminha dos sem noção composta por todos aqueles que não sabem em que lugar do seu grande armário está guardada a  elegância de gestos e palavras. No gavetão de roupas de inverno se encontram enroladas as discussões pró-ativas e no fundão, bem escondida, a falta de humanidade. Na caixa de sapatos, aquela botina velha que anda pisando em caminhos não autorizados. De dentro da porcelana antiga, muito bem acondicionada no velho guarda-louças saltam as expressões contrárias e  as referências sem sentido, manchando a tradição e traindo o bom gosto.

Está na hora de pegar aquela armadura que por um momento apenas, ficou no esquecimento.
Não dá para cochilar!

Um comentário:

Anônimo disse...

Tenho pensado, até porque tenho me defrontado, exatamente sobre estas reflexões que trazes em tua crônica, que por acasso, hoje foi pauta em minha tarapia.
Que bom saber que meus questionamentos não são únicos. Sou normal!!!
Beijos
Pitá

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