Cabeceando atordoada,
resolvi que não seria essa a hora de me deixar ficar para trás e fosse o que
fosse eu me sairia bem. Lembrei do clima que ora nos presenteia ora nos açoita,
ficando a sensação de impotência como uma leve bruma enlaçando nossos
pensamentos, nos amarrando em camisa de força
e afundando nosso dia a dia na
desesperança.
Me iludi com as conversas
triviais, os sorrisos e os abanos alegres de quase todo dia. Me enganei com a
atenção que me foi dada para qualquer assunto e sempre prestigiada acabei me
achando uma pessoa legal.
Ser para o outro. Um
perigo, uma vez que julgamos ser o que o outro pensa de nós.
Intrincada neste cabedal fui
levantada num pontapé que me serviu para ficar mais atenta. Me deu a luz na
cabeça que era bem feito porque abri a minha guarda. Esta, que sempre me
acompanha e com vagar vai me ladeando para não atravessar as fronteiras.
Não faz meu feitio ficar a
Bangu.
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