Já vai longe a divertida parolice que de tempos em tempos assolava meus dias
resultando em trunfos letrados jogados na vida. A mente fervilhava de conversas
desarrolhando a boca e buscando entre muitos os assuntos.
Não canso de rosnar sobre a mesma coisa mas também não esqueço de lembrar que tantos inícios se dão a partir da tagarelice alheia sendo uns mais produtivos e outros nem tanto.
Na busca constante de não deixar escapar palavras me vem à lembrança as conversas hilariantes em que a diversão era jogar fonemas para todo lado, restando depois um cansaço mental e uma serenidade que não me era peculiar, mas que em outrem, significava seu maior trunfo.
O rendilhado de frases afoito me jogava na frente do crítico interlocutor que airado se punha a me reescrever abalroando minhas palavras, se divertindo em ser eu. Travestido de marionete ousava pinotear entre vírgulas não tendo a coragem de se expor, entretanto. Covardemente se ocultava de mim e de si mesmo e com este jeito roto saiu do ar.
Para minha surpresa, eu o vi tal e qual, colorido,
sorridente a me esperar num canto de uma sanga. Impecável, de cachecol azul
marinho, paletó listrado e cabelos loiros muito bem apanhados para o lado, como
lhe era peculiar. Os olhos azuis, sempre zombeteiros, sorriam alegremente e
suas mãos acenavam em minha direção emanando muita alegria.
Acordei.
2 comentários:
Gostei e gostei ainda mais de poder chegar no domingo e ler as tuas cronicas...
Bjs e boa semana!!!! Carmen.
Amiga, que delícia tua crônica. Adorei! bjssssssssss Alba
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