
A palavra já vem nos avisar que é tudo de bom ver entrelaçada nossas experiências que são o sabor da vida. Com conforto vamos tramando este lugar especial e trabalhoso porque nem todos têm a possibilidade ou competência de realizar. Uma maçaroca de conhecimento que conjetura idéias e trama nosso destino.
Laçando retalhos, pontas e fios vou construindo o ninho, uma bola que devo acomodar em algum recanto inusitado e um pouco escondido para que os ventos contrários não arremetam a experiência ao vácuo ou ao vazio do não entendimento dos melhores – e piores – pensamentos.
Vou lembrando que para começar esta meada vejo aquela experiência mal sucedida que brota na lembrança como se fosse uma roupa de cor brega, com feitio nada a ver com meu estilo e, como um tapa na cara – somente agora - me faz refletir e não entender como foi possível ter cogitado usar aquilo e naquela ocasião.
Vejo as ocasiões que pareciam fios de seda de tão suaves a perpassar por entre os meus dias e que por isso mesmo de tão fino e delicado, me cortou e recortou com feridas quase incuráveis. Mascarado de bom material, não vi o quão áspero era de fato e percebo que este cordão era a ilusão que se engraçou em minha vida.
Neste ninho as bases fortes são as de decepção e tristeza porque continuo a encordoar o aprendizado junto com o som dos sabiás incansáveis na primavera, no sol prenunciando o verão, a proximidade do mar e a certeza que as próximas cadeias serão de encantamento.
Se fecha o ciclo do ninho desta etapa pois sempre podemos voltar para desenrolar os nós, refazendo outros.