domingo, 29 de agosto de 2010

É lá




Nunca pensei que haveria de encontrar lugar tão perfeito, um canto tão a minha cara e na minha mente, mesmo vazio, cheio de expectativas encantadoras para viver.


E também, morrer.



Em manhã luminosa, saboreando um café diante da paisagem, a respiração fraca e um tanto suspensa, os braços perdem forças se alongando junto ao corpo e, ao mesmo tempo, meu olhar enevoado se fecha para o mundo.

Quem sabe ao deitar-me com o barulho das ondas ao fundo, não consiga nem acordar porque meus anjos, na calada da noite, vieram me avisar que estava na hora de fazer aquela viagem com hora marcada para todos, mas nunca sabemos quando será.

Talvez, na tardinha sentada em frente à natureza, sorvendo um vinho, eu feche os olhos para apreciar o momento, e não os abra mais.

Poderá ser também um momento criativo, com meus dedos batendo vigorosamente as teclas do meu computador quando, num repente de sono tardio e estranho, me deixo encostar a cabeça nos braços, e, na seqüência, não mais a levante.

A poltrona da leitura poderá ser a última testemunha. Ao abraçar meu corpo cansado, resolve que seria esta hora, a derradeira. Docemente caio num sono profundo e me vou para o outro lado.

Opções de uma partida serena.

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