
Tudo tem um lado avesso. A vida, sentimentos, amores, coisas. Mesmo que não possamos desdobrá-las.
Deste lado adverso, certamente não me vêm o que eu possa aproveitar. De pura má serventia não me alimenta a alma, não me conduz ao meu melhor e não me favorece no agora.
Um lado contrário.
Eu vou abdicar destes movimentos antagônicos e deixar muitas, ou todas as coisas, abandonadas, trocando de fluxo para que eu possa me mover em outras aberturas. Aquela direção a qual vou sempre me encontrar e ficar por perto, no entorno, considerando a perspectiva do outro. De leve.
Eu vou migrar para um lugar em que eu possa sonhar a esmo.
Há de ser por ali que ei de encontrar todas as respostas para tantas perguntas que sequer foram feitas, sugestões jamais analisadas a luz do amor, conversas não acontecidas e reais encontros com tantos desencontros.
Alma dobrada à mercê de tantos ouvidos.
Não vou escutar ninguém, nem a mim mesma. Vou seguir em frente, surda e ansiosa, sem considerar nada, sem ponderar qualquer conversa, sem justificar meus sentimentos e sem esperar o que outros não têm para dar.
Arribar para a terra do nunca sem companhia.
Um lugar só meu