sábado, 5 de junho de 2010

Mico


Estou andando a esmo com este “mico” no ombro e não consigo lembrar como ele veio aqui parar. É claro que alguém tocou em frente um problema que era de sua alçada resolver.

E, tive eu que carregá-lo, uma vez que me considero uma impulsiva incurável. Mandou, eu vou. Pediu, eu faço.

Será que veio do trabalho, enviado por alguém que não sabia como se desvencilhar de um problema e soltou o seu mico ao ombro de outrem. Pensando nas competências de cada um, sempre existem controvérsias e covardes existem em todo lugar.

Pode ser um amigo que enredado em suas questões e talvez solitário me enviou o “mico” para representar sua vergonha por haver abandonado todas as suas relações fraternas. Com certeza pensou que meus ombros, que já tanto suportaram não se importariam de carregar a questão alheia. O infeliz pensou nesta redenção por não ter coragem de domar seus próprios micos.

Pensei melhor e quem sabe foi aquele cara das antigas que mandou soltar um mico velho nos meus costados para me chamar a atenção, me fazer voltar no tempo e pensar que tudo pode ser. Talvez ele tenha imaginado que revolvendo a terra fértil da vida passada, o amor estaria ainda lá, intacto.

Mico do amor.

Um comentário:

LÉLIA D AVILA LIMA disse...

Legal...amei esta crônica!!!

Deu para pensar quantas pessoas estão querendo remover a terra fértil do passado para ver se amor ainda está lá....

"o que era doce .. acabou..bye,bye"

Parabéns... caiu como uma luva!!!

beijos no seu coração,

Lélia Lima

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