domingo, 4 de abril de 2010

Olhos da alma


Os olhos são a janela da alma, mas evitamos o olhar profundo a todos que encontramos. Flutuamos entre pessoas não nos detendo em quem quer nos dizer algo, olhares de longe que nos querem chegar mais perto.

O olhar de todo dia vaga insólito pela vida e o desvio do encontro acontece por ali, quando nos furtamos de admirar.

O globo ocular é uma câmera ambulante, nada camuflada, feita de tantas cores quantas possam existir. Vagueamos aqui e ali, borboleteando por mil coisas em um passeio absurdo não aproveitado, porque de tantos matizes e vidas podemos nos alimentar através do olhar.

O enxergar à dentro pode nos revelar sentimentos, desejos e também perceber frustrações e anseios não revelados, ou pouco entendidos.

Os olhos, em muda sintonia, dizem o que a alma grita.

Temos a alternativa de não receber a mensagem quieta mas intensa de um olhar avassalador de ódio, de indiferença ou de amor. É só desviarmos da patrola nômade e seguir o caminho.

Um olhar para dentro de nossas entranhas podem ser salvadoras pois detém todos os nossos segredos e é delas que virão as respostas.

Os olhos da alma nos fazem ver quem somos, quem queremos ser, como vamos amar ou deixar de lado. Não tem distância para quem merece ser visto no nosso anseio de chegar mais perto, consentindo com a boa companhia. Ou do bom amor.

É no pensamento distraído que refletimos uma a uma as imagens do que desejamos e amamos. Tudo se torna real e possível no imaginário.

O olhar nos persegue para dentro e para fora.

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