sábado, 9 de janeiro de 2010

Arrivals


É sempre a mesma coisa ao chegar. O ar, denso, pesado de sal e maresia parecem querer te avisar que é chegada a hora do tempo bom. É o momento para dar asas à imaginação, deixar rolar a vida e docemente esquecer tudo.

Tudo mesmo. O bom e o ruim, porque com a mente vazia, enxergamos o que está na nossa frente. As cores diferentes da paisagem, o desconhecido a desfilar insistentemente te provocando como a te avisar que agora vai. Vai andar o tempo certo das coisas. A cadência e o calor são teus sócios na empreitada.

Assim é a chegada diante do mar. Inquieto na espera de lamber todos os pés e molhar todos os corpos. Ardentes ou não. Cansados ou cheios de energia.

A combinação do ar e do clima são drogas pra lá de sedutoras para deixar qualquer um feliz no encontro de si e da natureza. E por dentro de nós não encontramos nada, somente o vazio da chegada e a espera de surpresas.

Afinal, recomeçar exige preparação e abandono do antigo.

As coisas podem acontecer a partir de um dia de sol, ou de chuva, pois todo dia de folga é dia de celebrar.

Talvez alguma conversa sem a menor importância e sentido bafeje teu silêncio voluntário, contaminando as idéias que estão sensatamente a descansar.

As palavras adormecem no regaço do cérebro porque o paraíso solicita.

Nenhum comentário:

Papelaria em dois tempos

  Não sei quem me encontrou primeiro, se aquela papelaria antiga ou eu, que ando gastando a sola do sapato atrás de quinquilharias que lembr...