Adoro propostas. Ainda bem, porque vivemos delas e elas decidem nosso destino.
Gosto até das indecorosas, porque me fazem rir. Seja qual fôr o perfil dela.
A proposta comercial vem nos apresentar como profissionais competentes e
fazedores de tudo o que está sendo relatado. Um acordo comercial antecede um
trabalho que será um sucesso em suas tratativas. O cumprimento das regras
estabelecidas para ambos resulta em soluções eficazes e todos ganham. Ganha
ganha, uma bela proposta.
Uma proposta de amizade. Muito se fala em amizade e ter amigos já virou uma
obrigação. Ai do coitado que não tem amigos. Ele será um pária. A dita cuja
amizade é condição si ne qua non para uma vida
saudável. Inicia devagar e termina de repente. Ao conhecer uma pessoa, vais
tomando pé e descobrindo assuntos em comum acontecendo uma empatia. Dia após
dia, pelas circunstâncias da vida os encontros serão mais freqüentes e a
amizade vai se instalando. Quando a vida muda, mudam também os personagens que
até então te acompanhavam. É assim, é pra frente que se anda.
Proposta de vida. A proposta de vida é uma sinuca. De bico. Amarramos nossos
objetivos dando no leme a direção e vamos corrigindo a rota. Até que um furacão
nos deite de borco, um raio nos parta ao meio e o vento nos varra da nave.
Proposta de vida é isso. Preste atenção! É turbulento e mutante.
Proposta de amor. A mais linda porque é o amor a mola mestra de nossa vida.
Somos movidos a afeto e por isso, em muitas circunstâncias, é tão difícil ser
frio. Você pode receber uma oferta de amor e entendê-la de forma diferente do
que foi sugerida. Cada pessoa lê sua amorosidade de maneira diversa. É
encantador e sofrido também. Porisso, tantos desencontros de amor. Escolhas
amorosas são armadilhas que poderão vir bem a calhar ou poderão vir a ser o teu
inferno. Vai te pegar? Não, não
vai
Escrever para viver e viver para escrever. A inspiração é o meu objeto de desejo a cada amanhecer e assim minha alma fica fortalecida no encontro do silêncio e da natureza marítima. Leiam com bons olhos! Mail para contato: verarenner43@gmail.com Vera Lucia Renner
domingo, 27 de setembro de 2009
Proposta
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Poupando vida
Volta e meia nos defrontamos com situações que te tiram do bate estaca rotineiro e como a vida anda pra frente apesar de a gente ter, às vezes, a impressão que ela anda de lado ou pra trás, tudo nos acontece.
Do melhor e do pior.
Todo mundo, a todo momento, tem que tomar decisões e entre esse ou aquele e lá vamos nós tropeçando na nossa vida e na dos outros. Os caminhos são escolhidos depressa porque a fila anda, a moda passa, e a dúvida não se solidariza com ninguém.
Porém, quem poupa vida anda com tanta cautela que só pode tropeçar e cair. Só pode dar errado. Pensar mil vezes antes, revisar outras tantas o objetivo.
Ficar por aqui ou não
Encarar ou fugir.
Viajar nos sentimentos ou partir pro mundo.
Guardar para o futuro ou gastar.
Correr atrás ou deixar pra lá.
Enquanto fazemos conta de cabeça do que está por vir se lançarmos nossas flechas, a vida segue lépida e faceira.
Sem você. É claro. Resolveu que ia poupar vida. Pra quê? Pra aproveitar depois? Depois quando? Quando os amores foram embora, cansados da espera. Os filhos se enjoaram da demora. Os amigos..que amigos? Eu jurava que estavam aqui ontem.
Para curtir bem a performance lutadora de nossos dias aproveite tudo o que te acontece.
Se for ruim, faça ser bom e se for bom, aproveite!
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Hordas humanas
A análise dos caminhantes dentro de um shopping Center passa por várias fases e dependendo do seu humor, vais reparar neles ou não.
Cada monumento ao consumo tem seu próprio público, e suas fases estão refletidas em cada canto luminoso.
Acredito muito que o shopping atrai todo tipo de pessoa, desde aqueles que necessitam de algo quanto aqueles que ali vão se perder na multidão, se tornar incógnitos misturando-se na massa, como uma necessidade imperativa do seu estado de espírito.
Talvez esse comum mortal deixe sua solidão caseira para trás com a expectativa de encontrar o mundo ali, na construção caprichada e luxuosa, muitas vezes.
Ver refletida sua imagem em vitrines deslumbrantes podendo se jogar dentro do cenário, fazendo parte dele e não mais se sentir um excluído. Abandonar por horas sua vida sem graça e deixar-se levar pelo sonho e pelo capricho da edificação. Tão longe da sua realidade.
Um shopping Center é um lugar perfeito para ocultar uma verdade. Tão fácil na sociedade de hoje se igualar a todos e adotar atitudes e falas contundentes para poder parecer, sem ser.
As hordas humanas que vagueiam pelas ruas aí estão para desafiar os crédulos e ingênuos que se descuidam de um olhar mais aprofundado.
As máscaras são muitas
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Traição
A traição impera de certa maneira no nosso dia começando pelo tempo que prometeu ficar de céu azul e se vendeu aos ventos e chuvas, desabando sobre nossas cabeças, alagando a mente e resfriando o espírito.
Não pense que a traição precisa de circunstância para aparecer. Ela precisa de uma vítima.
No meu entender somos ingênuos na maior parte do tempo e a traição que sofremos é por falta de atenção.
Os traidores perambulam soltos e inocentes fazendo suas vítimas de acordo com a oportunidade. E elas surgem a toda hora nos mais banais acontecimentos.
Ao confessar um segredo e vê-lo espalhado aos quatro cantos
Ao imaginar que se é de tua família e de teu sangue, estás seguro
Ao pensar que tua retidão vai segurar todos os contratos
Ao buscar companhia e ficar vazia de tudo
Ao exercer a confiança e ver que foi desconsiderada
Tanto mais sofremos a traição mais eu percebo que a nós foi dada a inteligência para percebê-la. Nossa intuição capta todos os sinais, mas nem sempre queremos enxergar corretamente o que o universo nos sinaliza.
A traição é movida a partir da ingenuidade de cada um.
sábado, 12 de setembro de 2009
Sorry
O perdão lembra religiosidade. Sempre. E romance, cinema, letra de música.
A língua afiada dispara, muitas vezes, como metralhadora giratória em momentos
que nem são favoráveis e o perdão aparece na circunstância. Aí, que fazer,
temos que admitir o exagero e voltar atrás, mas a palavra nunca é perdão. A
palavra que vai te dar a redenção do mau, será outra.
Circulamos em volta do perdão, às vezes até odiando ter que fazê-lo. Tropeçamos
na voz, no gesto, fortuimos o olhar pra longe para dar impressão de estar
arrependido. Nem sempre estamos. Ser sincero é bom demais e voltar atrás é
desdizer de quem somos, do que pensamos e dizemos.
Não deveria haver perdão.
Feito o mal, siga e faça o bem. Assim serás perdoado pelo universo.
Tenho pra mim que ninguém se arrepende de nada. Voltar atrás só em último caso
e vamos nos dando conta que um pé na acusação e outro na redenção, é o normal.
Redimir-se vale nossa alma, ela sim, maculada por ter passado dos limites com o
outro, jaz ofendida. Ferimos a nós mesmos ao fazer a desavença. E somos nós que
purgamos nosso pecado. O que mais vale na situação conflituosa é perdoar si
mesmo, por sermos tão imperfeitos e tão soberbos.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
De vez em quando o mundo anda para trás
.
Às vezes me parece que o mundo anda para trás de tantas surpresas que tenho. As
certezas se vão como se nunca tivessem existido e os pensamentos zombam da
realidade brincando de não ser.
Vivemos com convicções que nos dão colorido e alegria e de repente a
impossibilidade de enxergar o verdadeiro, nos leva a repensar o que existe
atrás da cortina da vida.
Acreditar é uma mola propulsora para tudo o que queremos construir e julgar
destrói até possibilidades. E como conviver com este mundo multifacetado de personalidades
dúbias?
As certezas já não proporcionam segurança e o que nos comanda é a dúvida.
Chegou o limite da razão e o mais certo é recolher-se em si buscando o mundo
antigo com valores que atualmente não existem mais.
Mundo de tantos nomes e tão pouco conteúdo.
Tantas palavras e muito medo.
Tantas atitudes e conseqüentes desistências.
Tanta exposição e nenhuma sinceridade.
Tanta mentira e tanto disfarce
Tão pouca alma e compaixão.
Tantos amigos e pouca companhia.
Tanto assédio irresponsável.
Andar um pouco para trás e resgatar a dignidade de uma amizade, de um contato,
preservar o estreitamento de laços mais humanos, não descartando oportunidades
nem pessoas.
Vou ficar um pouco atrás da cortina deste mundo que andou ao contrário.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Hoje acordei com cem anos
Um despertar diferente me leva a crer que fiquei com cem anos da noite para o dia. Percebo o pensamento, outrora célere, parado. Nada dentro da cabeça, todos os nervos embaçados numa farra desordenada e alegre de neurônios em férias. Sensação estranha e boa, afinal. Parece que terminou o tempo de pensar. Agora é flutuar. Nem sei meu nome.
Meus ossos são gravetos arqueados e doloridos e as passadas, leves. Bom não ter vigor. Vigor cansa.
Meu dia de cem anos começa sem tarefas a cumprir. Sem pesos a carregar e sem novidades a lembrar. O mundo parece só meu e de tanto viver, nada devo a ninguém.
De mansinho um ou outro lembrete da vida começa a se derramar e não vem de dentro de mim. Vem de fora, de uma folha de papel jogada ao qual tropeço. Pareço um embrulho roto arrastando a vida que ficou para trás.
O mundo, vazio de futuro, parece comigo. Uma velha cansada. Minha alma jaz ao meu lado, prostrada e cinza, suplicante para voltar ao corpo.
Entretanto, o tempo não parou como eu pressentia. Queria apreciar o nada. Queria enxergar o velho. Queria me enxergar.
E só consigo ver o caminho passado com tantos afazeres empilhados e aprumados que me custa acreditar que aquela fui eu. Cada vez mais jovem, ocupada e tarefeira, pois na lembrança nada me segurou no cumprimento da rotina. E a viagem de volta continua, agora bem rápida.
Engraçado como velho anda rápido para trás!!!!!
Com avidez, a mente abre todas as gavetas e a realidade transborda de dentro delas tal qual lingeries de seda macias, coloridas e jovens.
E, agora lembrei, meu dia de cem anos vai acabar. Como o feriado.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Mentes no chão
Andar a
toa, dizem, faz bem para a alma que flutua, um pouco cambaleante de prazer, ao
sentir a atmosfera se enroscando pelo corpo físico.
O nosso olhar se transforma em grandes caleidoscópios na busca de cada detalhe
do caminho. No zigue-zague, palmas dos pés e pensamentos se unem para viajar na
realidade. Muitas das nossas passadas não deixam marcas, mas nos
surpreenderíamos se as pudéssemos ver.
Se houvesse o registro da turbulência da mente marcando o chão, teríamos
imagens com exatidão emocional.
Em preto e branco os pensamentos funestos, nas passadas embaralhadas a
lembrança da agonia. Passinhos fortuitos e alegres acompanham como um raio, a
lembrança do melhor. Macios, adentrando o chão, a mente envolvida em
perspectivas carinhosas ou de pura ilusão amorosa.
E a passada se desenvolve cada vez mais complexa formando a teia da nossa vida.
Deixada para trás.
Duas lágrimas
O dia chora mansinho se unindo a tantas e tantas outras vertentes cristalinas que brotam de olhos de todos os matizes sempre mantendo a au...

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Na primeira vez me chamou a atenção um pé de sapato solitário perdido na beira do mar. Era de homem, e devia estar no fundo do oceano al...
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Descobri que estou sempre de malas prontas, não importando a viagem. Ao meu alcance, a bolsa do dia a dia que carrega em si as esperanças...