Pessoas contidas, são uma graça. Mesmo na farra não perdem a empáfia ao restringir-se em demonstrar seus sentimentos.
O contido tem passos leves e diáfanos e ao ingressarem em um ambiente o fazem quase de costas, tentando confundir os outros e deixar em dúvida sua presença. O riso é sempre de canto, irônico ainda por cima. O tom de voz é baixo, quase sussurrado, eu diria inaudível, porém, sempre se fazem ouvir. São tão charmosos que todos estão sempre atentos à sua fala. Seu grunhido.
Inteligentes, com olhar biônico atravessam o corpo e a alma do interlocutor. A presença é leve e marcante. Consegue atrair a atenção sem falar. Apenas olhando. Sedutores, porém tímidos. Seu olhar nunca é direto, vaga no entorno aumentando seu mistério, funcionando como um ímã atraindo personalidades. Este é o charme ou a desgraça porque poderá suscitar reações que o engrandecerão e deixarão você em maus lençóis. Melhor não se meter. Melhor ir com cuidado.
Os contidos são o pecado das almas desavisadas que piram tentando chamar a atenção de um tipóide destes. Imaginar que o dito cujo se envolverá nas tuas falas é desconsiderar o poder do calado.
Eu penso que o contido se diverte muito só analisando, escutando e rindo pra dentro. Ele vive como se fosse uma caixa de pandora que só é aberta no seu mais recôndito esconderijo. Sua alma.
Alma branca e transparente, mais ou menos como ele gostaria de ser. Mas não consegue.
Escrever para viver e viver para escrever. A inspiração é o meu objeto de desejo a cada amanhecer e assim minha alma fica fortalecida no encontro do silêncio e da natureza marítima. Leiam com bons olhos! Mail para contato: verarenner43@gmail.com vera renner
sábado, 18 de julho de 2009
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