Estou aqui pensando como seria
um bom dia para morrer uma vez que a data permanece incógnita aos nossos olhos
humanos e tenho a absoluta certeza que apenas cogitar este dia faz com que
muitos corram para debaixo da cama. Para mim, que tenho a veia principal com
origem na invencionice, seja para me divertir, divertir os outros, enganar a
mim e a muitos ou simplesmente para jogar no ar algumas ideias estapafúrdias
forçando a imaginação do Fim.
Eu vou começar pensando em um
dia que irá amanhecer sombrio e triste onde o ser que será enviado para outro
plano não tem ideia do que poderá lhe acontecer porque goza de boa saúde e tem
sua rotina correta, cumprindo com todos os compromissos que lhe foram passados,
mais os que ele mesmo resolveu colocar no ar em sua lista, justamente neste
dia. Apesar de o amanhecer estar lento, preguiçoso e de cara feia esta alma
rescinde uma luz calma, cálida e aconchegante e a cada passada seu espirito se
eleva porque, instintivamente, sabe que o seu fim deve estar por aí e que a
qualquer momento irá encontrar o tal lugar reservado para descansar. É só
esperar.
De outra ponta os imaginários
– como eu – preferem em seus devaneios sugerir que a busca do seu corpo seja
efetuada quando houver um cenário lúdico e que preferencialmente o encontre em sereno
recolhimento, que o reverencie naquela hora escolhida e que os atores da sua
imaginação cumpram com a feitura da cena que poderá ser tantas e tantas vezes
ensaiada. Talvez idealizar para o momento da chamada silenciosa que seus olhos
reflitam um final de tarde com as luzes das estrelas rebrilhando nas águas do
mar. Sonhar, sonhar, sonhar. Ir sem medo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário