quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Bom dia para morrer

 


Estou aqui pensando como seria um bom dia para morrer uma vez que a data permanece incógnita aos nossos olhos humanos e tenho a absoluta certeza que apenas cogitar este dia faz com que muitos corram para debaixo da cama. Para mim, que tenho a veia principal com origem na invencionice, seja para me divertir, divertir os outros, enganar a mim e a muitos ou simplesmente para jogar no ar algumas ideias estapafúrdias forçando a imaginação do Fim.

Eu vou começar pensando em um dia que irá amanhecer sombrio e triste onde o ser que será enviado para outro plano não tem ideia do que poderá lhe acontecer porque goza de boa saúde e tem sua rotina correta, cumprindo com todos os compromissos que lhe foram passados, mais os que ele mesmo resolveu colocar no ar em sua lista, justamente neste dia. Apesar de o amanhecer estar lento, preguiçoso e de cara feia esta alma rescinde uma luz calma, cálida e aconchegante e a cada passada seu espirito se eleva porque, instintivamente, sabe que o seu fim deve estar por aí e que a qualquer momento irá encontrar o tal lugar reservado para descansar. É só esperar.

De outra ponta os imaginários – como eu – preferem em seus devaneios sugerir que a busca do seu corpo seja efetuada quando houver um cenário lúdico e que preferencialmente o encontre em sereno recolhimento, que o reverencie naquela hora escolhida e que os atores da sua imaginação cumpram com a feitura da cena que poderá ser tantas e tantas vezes ensaiada. Talvez idealizar para o momento da chamada silenciosa que seus olhos reflitam um final de tarde com as luzes das estrelas rebrilhando nas águas do mar. Sonhar, sonhar, sonhar. Ir sem medo.

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