Tantos caminhos se acumulam na
vida e a maioria deles não percebemos porque já nascemos pré-agendados, talvez
pela genética, pelo plano familiar, pela inércia ou pode acontecer de não
querer ter ideia de qual rota escolher ficando pelas bordas, espiando de longe
o futuro ou o que se passa no quadrado próximo sem muita emoção no avanço da
rotina que vai dando a letra e, sem preocupação, se calça o chinelo pensando
que só existe o ir.
Na sequência vamos enquadrando
os desejos, a necessidade e o gosto por este ou aquele lugar, ouvindo uma fala
e não a outra, vestindo cores ou nenhuma, tendo crianças em volta ou sem
acompanhamento lúdico, se aliando a muito cuidado com todos ou correndo sem tempo
de olhar para os lados ou para trás sem saber onde quer chegar, importando
apenas partir costurando um tecido com
metragem desconhecida.
O impulso pode decidir
solitariamente e ao sentir este conforto da coragem fazemos a mala, apagamos a
luz, fechamos a porta e embarcamos na aventura requerida há um bom tempo e
adiada por outro tanto. Desta vez será uma avaliação do caminho diferente, de
saber o que existe por detrás daquele monte, na dobrada da esquina, no lado
soturno do mundo. Abrir os olhos e simplesmente ir com data certa para voltar
porque a passagem de volta se encontra bem guardada no alforge.
Pode ser que este desvio, no
seu retorno, sirva para abrir os olhos em relação a algumas coisas que provavelmente
não se tem conhecimento por estar distraído, por ter visto o que não aconteceu,
vez ou outra houve excesso de fantasia e alguns momentos se evadiram como pó
sem deixar rastro. Na verdade, a bolsa de mão está repleta de assuntos que
foram garimpados no tempo em que a consciência vacilou, que as lagrimas
correram, que o soluço sufocou e o sorriso derreteu. Pensando bem existe o ir,
ir e não voltar e existe o voltar e não enxergar.

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