Nem sempre enxergo o que me
passa em frente, talvez porque não me agrade o que surge por aí todos os dias e
assim vou rejeitando o que – para mim – não tem propósito ou a intenção é tão
sutil que me passa despercebida. Gosto muito quando o tempo do dia vem se
apresentar sem nada me propor, reclamar, elogiar, difamar, falsear e mais quantas
outras palavras surgirão no meu fôlego matinal.
Vou me esconder atrás das
nuvens baixas do dia e acompanhar a trajetória por entre seus pares, estes, que
aceleram o passo para poder desaguar logo ali, uma outra que se perde entre o
vento e as demais flutuam sem destino certo passeando de lá para cá porque sequer
possuem uma condensação apta a desempenhar qualquer tarefa inerente ao clima do
dia, inclusive parecendo muito comigo neste dia sereno e duvidoso.
Talvez estas e outras mais
estejam como eu, com uma sombra nos olhos, não por não poder enxergar, mas
simplesmente e, verdadeiramente, por não querer ver, ou, ainda acreditando que
nada existe para se vislumbrar.
Vou neste dia que amanheceu
dentro de mim abrumado buscar o assunto que combine com este espirito duvidoso
em que me encontro, não sabendo direito se encontrarei o meu destino para hoje.
Pode ter havido um
esquecimento de mim, alguma coisa na vida aconteceu que simplesmente sumi do
passado, do agora e, quem sabe, do futuro do pretérito. Nesta perspectiva de
vida fantasma acomodei minha iniciativa dentro do nevoeiro que anda me acompanhando
com pertinaz insistência como se fosse um alerta de que meu nome não consta na
lista de chamada da vida.
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