Resolvi logo cedo que hoje eu
teria um ataque de antiguidade e voltaria muito tempo atrás, porque acordei me
sentindo fora de propósito, sem saber que eu fiz, durante o sono, uma passagem
para um tempo antigo e me perguntando qual o motivo desta evasão repentina da
razão. Me parece que hoje seria um dia de folga das
letras, estas, que me perseguem noite e dia sugerindo
isso e aquilo, misturando a minha vida com a minha imaginação, tirando do
baú fantasias e adivinhações que, no fim e ao cabo, acabam fazendo um
redemoinho de histórias.
Comecei abrindo o armário na
busca de uma roupagem esquecida da maioria e que, por capricho, ainda reservo
para que tenha a oportunidade de fazer parte de uma encenação, talvez de um
breve delírio de saudade que revisita a memória que por tantas e tantas travas
da vida anda esquecida. Não importa. A compreensão sempre depende de cada um e
por este motivo a aventura sempre vale a pena. A fábula está sempre ali, bem
guardada e limpa rescindindo a perfume de lavanda que minha Avó usava.
Vão aparecendo pouco a pouco
os vestidos que faziam sucesso na época com um figurino amplo, entremeado de
tule e preciosos broches encantando a turma real ou imaginária que resolveu
transitar pelo tempo. Assim o grupo fantasiado de antigamente vai à rua em
animada conversa surgindo assim no fim do túnel deste sonho reverso a
possibilidade de buscar – e encontrar – alegorias que justifiquem o ensaio
metafórico.
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