quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Caminhada

 


Resolvi logo cedo que hoje eu teria um ataque de antiguidade e voltaria muito tempo atrás, porque acordei me sentindo fora de propósito, sem saber que eu fiz, durante o sono, uma passagem para um tempo antigo e me perguntando qual o motivo desta evasão repentina da razão. Me parece que hoje seria um dia de folga das letras, estas, que me perseguem noite e dia sugerindo isso e aquilo, misturando a minha vida com a minha imaginação, tirando do baú fantasias e adivinhações que, no fim e ao cabo, acabam fazendo um redemoinho de histórias.

Comecei abrindo o armário na busca de uma roupagem esquecida da maioria e que, por capricho, ainda reservo para que tenha a oportunidade de fazer parte de uma encenação, talvez de um breve delírio de saudade que revisita a memória que por tantas e tantas travas da vida anda esquecida. Não importa. A compreensão sempre depende de cada um e por este motivo a aventura sempre vale a pena. A fábula está sempre ali, bem guardada e limpa rescindindo a perfume de lavanda que minha Avó usava.  

Vão aparecendo pouco a pouco os vestidos que faziam sucesso na época com um figurino amplo, entremeado de tule e preciosos broches encantando a turma real ou imaginária que resolveu transitar pelo tempo. Assim o grupo fantasiado de antigamente vai à rua em animada conversa surgindo assim no fim do túnel deste sonho reverso a possibilidade de buscar – e encontrar – alegorias que justifiquem o ensaio metafórico.

 

 

Nenhum comentário:

Caminhada

  Resolvi logo cedo que hoje eu teria um ataque de antiguidade e voltaria muito tempo atrás, porque acordei me sentindo fora de propósito, s...