O dia chora mansinho se unindo
a tantas e tantas outras vertentes cristalinas que brotam de olhos de todos os
matizes sempre mantendo a audácia de tentar vazar o colorido da íris na
simplória gota que rola pela face do moço, da moça, do velho, da velha, da
mulher, do homem e da criança sem nenhuma distinção.
Talvez o dono do lacrimejar
espontâneo a perceba translúcida e, em um primeiro momento, confunda seu
significado e por este motivo singelo a deixa marejar com liberdade para que o
aguado caminho seja recebido em um colo de mãe, um ombro amigo, um simples
abraço, a escadaria da igreja, mãos avidas de consolo e quem sabe, a suave
espuma do mar que, hoje, entristecido e calmo, a receba com carinho.
O pranto sentido jorra com a
fluidez que uma tristeza costuma ter ao conseguir a alforria da alma para que,
finalmente, possa percorrer todo o caminho de um rosto cheio de nuance, criada
a ferro e fogo pelo tempo com tantos sulcos para desviar. Este olhar molhado se
alongou por algum tempo sendo estancado no momento em que encontrou um lenço
rendado entre dedos trêmulos, abafando o soluço que surgia como acompanhante.
Uma lamúria de pingos pode
verter internamente por não possuir a capacidade de traçar o destino certo para
um ou outro tema construindo uma trilha de pranto sem fim. São duas lágrimas
que correm juntas entremeando o espirito e salteando, ora por uma aflição, ora
por uma alegria surpreendente.
Um comentário:
Que lindoooooo!!! Adorei!!! Parabéns por tão bela Crônica!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻❤️
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