Olhei para trás e percebi que
minhas costas, costas estas que em dias de hoje parecem pó de osso de tão
transparente, retinha, inadvertidamente, assuntos que em sua essência não me
pertencia, parecendo estar colado em mim deixando meu lombo indeciso ao
perceber tanta letra mal escrita, verbo sem direção e pontuação intempestiva,
sem mencionar na discordância entre substantivos, adjetivos mais a confusão do
significado das palavras.
Fiquei pensando como estes personagens
iletrados vieram encostar em mim podendo eu ouvir a sonoridade irrelevante da
conjugação enganchada de qualquer modo. Voltei as costas tentando me livrar da
perseguição anônima com óbvio propósito de confundir as asas da minha
imaginação que alçava seu primeiro voo do dia.
É sempre a mesma coisa. Todos
os personagens fabulosos a meu serviço vêm me visitar, cada um deles propondo o
seu tema mais terno e relevante que acreditam possa ser bem trançado, subindo o
tom no mais das vezes para encantar de emoção quem os vai encarar de frente. Aceito
a sugestão, a embalo com carinho e guardo na minha caixa preferida de assuntos que,
pelo visto, hoje se encontra em um lugar inesperado e oculto.
Assisto as letras perversas travestidas de texto voejando na minha volta
em franco alvoroço imaginando que esta perseguição repentina poderá desmantelar
meu propósito. Ledo engano, com astúcia enxotei o mal escrito um a um com
capricho protegendo o meu alforje com as palavras e seu verdadeiro significado
honrando a pena que as desenhou pela primeira vez. Voltei-me vitoriosa mais uma
vez e as vi vagar sem rumo, não encontrando seu verbo, seu adjetivo, sua rima, sua
frase e muito menos seu verdadeiro significado. Voilá
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