Este varal que se apresentou a mim logo cedo parecendo ou desejando que estivesse ocupado com as vestimentas da casa, incluindo a roupa normal do dia a dia, a vestimenta para dormir, os apetrechos de montagem da cama no período de friaca que aparece devagarinho, o pano de chão, o pano de louça. Enfim, andava faltando ali o propósito do artefato que amanhecia rejeitado, porém, o que eu enxerguei foi apenas o vazio e o silêncio obsequioso do entorno, parecendo que neste momento a importância foi dar uma volta por aí.
O dia nasceu com ar soturno e
não parecia amigável, o sol estava ausente, o vento negando sua força, a chuva resistindo
e tudo dando a impressão clara que os elementos que compõem o amanhecer se
encontravam em recesso absoluto talvez não querendo dependurar na natureza sua
finalidade.
Assim sendo me achei no
direito de me reunir a eles, corroborar com o protesto de tudo, qualquer coisa
ou quem sabe coisa nenhuma, somente pelo prazer de calar, de negar este período
de claridade e obscurecer os diálogos rotineiros e maçantes, recusar qualquer
reação, relegar ao dia seguinte o tom impertinente da próxima revolta.
Me distanciei um pouco do
envolvimento a que fui submetida e parei para pensar que ali estava uma
oportunidade para refazer o roteiro diário e transformar a dor do vazio em um
amanhã com o varal da casa ostentando apenas uma palavra onde o vento a possa
beijar, o sol aquecer e o sereno abençoar. A Importância.
Um comentário:
Olhei pra foto e pensei. Heróis.
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