Ando vagando o meu olhar que
teimoso se nega a ficar por aqui obrigando a me transferir para o depois, o
logo ali, que tem na esperança o norte e isto posto quero acreditar que a
prioridade que me acompanha anda com preguiça de se manifestar. De repente não
se sabe mais o que deve vir primeiro, os olhos andam cegos para o que aconteceu
no passado remoto surgindo uma bruma pegajosa soprando aos quatro ventos que
isso ou aquilo não tem mais serventia, deve ser colocado de lado ou pior,
esquecido simplesmente sem nem mesmo ser considerado.
Invento uma outra vista que
arremete pedindo salvação e a necessidade de enxergar tudo de trás para frente
com a perspectiva de visualizar o que está sendo trançado, embrulhando tudo que
começa e não tem fim ou termina antes de começar.
Comecei minha procura para
conseguir o ajuste do que importa de verdade olhando para dentro da casa,
verificando se existe história no ambiente, se alguma coisa – ou muitas coisas
– dialogam com a existência do dia a dia, se os móveis obedecem a ideia de
conforto, se a superfície em que movimentamos o corpo agrada o sentido e o
tato, se a luz do dia é generosa e a da noite não fere os olhos, iluminando
muito mais a alma do que o entorno, se a traquitana de anotar está sempre de
prontidão para a possibilidade de
pressentirmos alguma falha no movimento da lembrança.
Lembrei de uma impressão
absurdamente simples e que faz notória diferença na organização do logo ali, do
quem sabe, do não sei, do pois é. A Vida
pede destino, o Dia pede atitude, a Tarde pede encontro e a Noite pede romance.
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