sábado, 25 de janeiro de 2025

Onde estão as palavras

 

Por mais que eu saiba onde os vocábulos estão, em que página, em qual dicionário, em qual livro se acomodam, não as tenho encontrado com facilidade.

Elas demoram para aparecer como se estivessem com pressão demais ou na contrapartida um certo desdém e por este motivo andam camufladas. Quem sabe sentem-se envergonhadas ao serem obrigadas a mostrar uma torrente de termos impróprios, fazendo-as corar de decepção e embaraço, preferindo não dar na vista a dita frase que poderá constranger os brios do vernáculo.

O composto em sequência de vogal e consoante que encaixa todos os nomes, pronomes, virgulas, pontuação, parágrafo e travessão formando o conjunto a ser lido sumiu como que por encanto dos rascunhos amassados e jogados ao redor do teclado.

Anda parecendo que me engano no encaixe uma vez que a grafia correta escorrega do papel, se apaga como num passe de mágica, os fonemas fogem horrorizados com o absurdo relatado nas inocentes linhas, linhas estas que vazias se oferecem para bem servir o pensamento que insiste em se expandir teimosamente, mesmo percebendo que as tintas do pensamento andam navegando em outros mares. Mares ocultos e não navegados com frases que não fazem mais sentido


Um comentário:

Anônimo disse...

Amei Verinha.Vc realmente é uma escritora.Vc vai fundo na ideia,no pensamento,no atrevimento de jogar prá fora o que para todos, é só uma estampa.Vc não só escreve Vc cria. Te amo.🌹

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