Quem sempre chega cantando é o vento que impera pelas bandas de cá como um rei, causando modificações por onde passa, sempre soberano nas suas falas e em sua mania de assobiar sem cessar pelas esquinas e por todo canto é ouvido, sem trégua.
A chuva aparece na sequência
unindo forças com a atmosfera em alarido fazendo todo o sentido, uma vez que
chegou a hora da galera em trânsito encher o bagageiro e pegar a estrada, este
caminho que foi o protagonista do desarranjo territorial e superlotou a paz
reinante neste fim de mundo abençoado por Deus.
Assim se regozija a bicharada
que devagarinho vai saindo da toca, mostrando a cara entre raízes, fazendo
companhia aos alados que se empoleiram nos galhos desnudos das árvores e assim
o movimento passa também por debaixo da terra, nas areias da praia, nos cômoros
finalizando o corre-corre para a nova estação nas ondas e espumas da beira do
mar.
A Terra, ansiosa na
expectativa da entrada da nova estação dá voltas sobre si acordando quem anda
sonolento e preguiçoso e assim o contingente de vegetação que se restaura dá o
ar da graça e vai surgindo a Vida com singeleza, perfume e alegria reunindo
após o sono invernal todas as cores e formatos do Universo. Por último, e mais
importante, surge o manifesto da Vida que abençoa este momento revigorante da
terra com reflexo divino no espirito de todos.
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