Por mais voltas que eu dê, por mais nós que eu tente desatar, por mais sonhadora que eu queira ser, por mais paisagens que eu queira variar acabo me voltando inexoravelmente para as inconstantes águas do oceano que me circundam, além da moradia, meus olhos e meu coração, principalmente. É nestas águas voluntariosas que busco múltiplos reflexos todo dia me distraindo com sua brejeirice em dias calmos, traquinice em dia de alegre ventania, furioso em maré alta e romântico em dia de lua cheia no verão.
Mesmo que eu caminhe para seu lado oposto ele me acompanha com seu rugir inconfundível que entra dia sai dia arrefece ou se torna grandioso, acredito que dependendo de sua conversa com a população marítima e seus transeuntes pescadores e pesqueiros que singram suas áreas todo dia, não sem antes fazer uma oração fervorosa ao seu santo protetor, São Pedro.
Eu poderia dizer que ele me persegue buscando me dobrar à sua vontade do dia que pode variar de acordo com seu humor ao nascer do sol neste horizonte maravilhoso que se descortina e se abre a luz do sol com avidez de clarear tudo o que envolve este pedaço de chão movimentando com maestria os ditames que a natureza perfeita impõe.
De certo comigo assim
acontece e com um capricho minucioso o mar vai se apoderando da minha rotina e
encampando a cobiça do dia emergente em mim e com suavidade lúdica e airosa
infla minhas narinas com o aroma marítimo tão peculiar que se diversifica entre
a flora e a fauna praieira numa dança de cheiros inebriantes. A partir deste
efeito diário segue o tempo pautado pelas ondas do mar.
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