domingo, 20 de junho de 2021

Balde de tinta

O primeiro olhar envergou a circunferência investigativa no ambiente e assim, de um lado a outro, deu para enxergar de fato o que passa despercebido nos dias que andam em desabalada carreira querendo fugir de tudo e não podendo de nada. A mira está sempre à frente sem folga para examinar com mais critério e pudor o que fisicamente nos cerca, prende e aprisiona, caindo fatalmente na ignorância do entorno com a vista enfastiada da mesmura. 

De supetão alguns baldes de tinta de variadas cores foram abertos e a surpresa  surgiu pela casa com a intenção imaginativa de reconstruir o que andava escondido pela mobília, comprovando, principalmente, a certeza que algo não andava bem, mas o medo de mudar, de bagunçar, de sujar para depois ter de limpar cegava a intenção que, desta feita, veio para ficar e assim não arredava pé do necessário  a ser refeito, remodelado e pasteurizado de acordo com o que aparecia de dentro para fora deste abrigo em relação à natureza, que espia em frente. Necessário tomar uma atitude de reconstruir com delicadeza os cantos, recantos, lisuras e desacomodações das divisórias que nesta ação coordenada pareciam estar aos prantos porque decerto perderam ao longo do tempo sua importância. 

Nesta passagem esperta pelo cenário a descoberta estava estampada nas paredes que de certo modo retratavam pensamentos, despertar, e sorriso minguado acompanhado por alguma mobília que mais parecia árvore enraizada no chão de cimento e que, com esforço concentrado em buscar solução pediam socorro e, deste jeito mais intempestivo do que planejado o espirito de renovação e descarte entrou em ação orquestrando a maquiagem salvadora do lugar.

Um comentário:

m.reginasouza68@gmail.com disse...

Novas pinceladas,novas cores e tudo se renova.

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