A conversa corre solta com variantes de todos os vieses que possam deixar o ambiente tão aberto como um largo sorriso nos olhos de tantas saudades, com braços estendidos no ar para um abraço, vozes que não se cansam de procurar o diapasão para que nada saia do tom e o motivo aparente se transforma em uma massa de conversa que abençoa a todos, seguindo em franca recuperação do tempo perdido, do tempo calado, do tempo enviesado, do tempo roubado.
Enquanto se vai no vai da valsa com os passos da dança otimista e abençoada que ensaia novo ritmo uma vez que entrevado de há muito, a figura extemporânea a cada minuto se afasta mais e mais de fazer parte do momento, ocasião única, em que abrigados do sol escaldante, dos ventos airados e do populacho escandaloso se procura, como agulha no palheiro as conexões que andaram retorcidas como fio elétrico que pegou fogo.
Devagar e com o capricho dos sentimentos à flor da pele a costura vai sendo executada com sucesso mesmo que haja àquela hora de falar todo mundo ao mesmo tempo, cruzar assuntos e rolar conversa paralela deixando á deriva a ocasião.
A única pedra no sapato do
dia foi o intruso que com a cabeça baixa manipulava seu celular alheio ao mundo
com Vida que o cercava, chamava a chincha, sorria com os olhos, abraçava sem
braços caindo no vazio de ouvidos moucos.
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