A Dadá fazia parte da vida dos amigos de praia e tinha uma compleição física que posso lembrar muito parecida das avós daquele tempo, com busto alto, uma cintura um pouco mais larga, uma altivez, domínio e seriedade na condução maravilhosa da criançada o que me traz à lembrança o respeito e o carinho que a gente tinha em relação à obediência e disciplina gentilmente imposta.
Lembro que para sair para a praia com a minha amiga eu tinha que passar por certo protocolo na casa dela, voava da minha para lá e acho que na minha casa não tinha isso de saber por onde eu andava, pelo menos não me lembro de perguntar ou informar a minha mãe o que parece um pouco a minha cara, tipo: Fui!
O que eu mais gostava ao
entrar na casa, com uma arquitetura linda, simples e praiana, sempre com as
portas abertas era o
“cheiro” da residência que rescendia a
pão torrado com manteiga e café com leite e eu sempre era acolhida com largos
sorrisos. Adentrava o recinto antes do horário e tinha que aguardar que minha
amiga cumprisse com as tarefas de arrumar a cama, e tocar meia hora de gaita.
Neste horário, eu sentava junto dela e a Dadá ficava circulando, cantando as
canções e mantendo o ritmo. Era uma família com seis crianças e a Dadá, avó,
comandava a trupe, a mim e outros.
Hora do banho de mar e me
vem à mente a Dadá “boiando” no mar e as crianças em volta. Ela era nosso
salva-vidas, nosso porto, nossa âncora. A vida, sempre ela, nos apartou, mas
seguimos sempre juntas no coração e não há vez que eu não sinta a maresia
enfunando minhas cortinas que eu não lembre daqueles dias em Torres na minha
infância com a minha “amiga do peito” Maria Regina e sua adorável avó Dadá.
Um comentário:
como é bom ter boas lembranças
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