Decidi então imaginar que eu tinha em mãos uma maquina bem antiga porque de certo ela terá dentro de si uma engenhoca acurada e detalhista o que os tempos modernos não possuem mais tudo funcionando na velocidade da luz. Nada mais tem tido a prioridade de se ver em minucias: nem a fala, nem a escrita e muito menos a conversa e me agarrei à tentativa de ver dentro de mim a oportunidade de esmiuçar os acontecidos. Aqueles mesmos aos quais me curvei praticamente sem querer.
E assim desfilaram perante mim todos os “negativos” dos últimos tempos que surgiram desordenados me proporcionando uma chance de examiná-los contra a luz e decidir o que vou relegar ao ostracismo do fundo da gaveta e o que vou revelar para o mundo e exibir em porta retrato e álbum de recordação que figuram dentro de mim.
Com muita audácia e coragem
deixei na película negativa do filme que inventei todas as ocasiões em que me
deixei enganar, atitudes que tomei sem muito pensar e momentos em que deveria
partir e resolvi ficar. Vou deixar à mostra apenas o colorido das letras que
derrubo por sobre o papel e que vão delatando o dia a dia por aqui, por ali,
eternizando a melhor fotografia da vida.
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