Baixou uma neblina aqui e
não consigo enxergar o mar e dei-me conta que a minha vista também anda
apequenada e turva - não vai muito adiante – e, assim, minhas vontades também
encurtaram, já não eram muitas, mas andam tão sumidas que fica difícil em
pensar com clareza do que preciso. Em contrapartida minha mente se expandiu de
tal forma que estou sempre em duvida do que segurar ou do que deixar ir, porque
nem tudo presta.
Na paradeira, a liberdade de
navegar em temas dos mais simples aos mais complexos fica perceptível que vem
de tudo um pouco e o movimento se concentra na singeleza que aceito com prazer
e vou colocando na prateleira virtual da vida estas sugestões e assim, na
medida em que careço de algum contexto, é ali que vou encontrar. De certo modo
ando presa também em argumentos.
O acúmulo de assertivas,
indagações, algumas certezas e muitas dúvidas vão se dispondo sozinhas, ao seu
bel prazer. Fico de olho analisando o movimento instintivo dos meus sentimentos.
Aqueles que não coloquei freio, arreio e muito menos um selim, para que eu
possa ter liberdade de me enganchar em qualquer um deles e usar o relho
corretamente, se necessário.
Interessantemente, na
vitrine organizada, que todo santo dia encaro com o propósito de estabelecer
algum tipo de liberdade para praticar a meu favor, mesmo com pequena chance de
sucesso, sinto no ar aquela ameaça sorrateira, escorregadia, reluzente no seu
propósito, a me encarar, brincando de gato e rato comigo. Com certeza O Medo
veio de fora, não de dentro de mim.
2 comentários:
Que lindo texto, Vera!!! Franco e objetivo aos sabores e dissabores da vida...
Só a cronista consegue desnudar sua alma num texto tão simples e ao mesmo tempo tão profundo.
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