Que bom que assim fosse, que
pudéssemos incinerar nossos pensamentos e fazer deles uma nuvem densa, uma
fumaça de respeito que ao ser expelida se transformasse em um recado para os
céus, este daí para quem todo o santo dia miramos com olho comprido. Vertem
sinais de todo calibre, às vezes disfarçados de bala de prata que na maioria
dos casos passam ao largo, zunindo para outras paragens mais profícuas no
entendimento.
Seria uma oportunidade de
desabafar o que vai dentro da nossa alma, desde as questões mais intimas e
inconfessáveis até as normalidades de todo dia. Pensamentos volatizam no nosso
entorno e nesta parada obrigatória se acumulam desordenados havendo uma
percepção de que seria melhor poder correr. Mas, como fugir de si mesmo se as portas
de saída estão lacradas,
De pronto encontrei em mim
algumas opções interessantes para jogar na fornalha. Dei tratos à bola e achei
por bem classificar em dois lotes o que me vinha à cabeça. O primeiro lote tem
a ver com inspiração e teimosia, pois colocar no papel o que me vai por dentro
somente sendo birrenta, portanto, este fica. O segundo lote, me dei conta,
tinha a ver com acontecimentos passados, questões mal paradas e também muitos
sonhos e esperanças vãs empilhadas em uma base com pernas frouxas.
Ao constatar com clareza
este panorama em minha frente, decidi me livrar o mais rápido possível do
incômodo da lembrança recorrente e encarar de primeira aquela ocasião
estapafúrdia de todos contra um ou de um contra todos e assim lá se foi o
primeiro sinal de fumaça para os sem noção. O próximo veio na consequência e
foi um espalha brasa para todo lado até não sobrar ninguém. O subsequente teve
o mesmo destino e após esta jogada de mestre os causos se demudaram em
belíssimos tufos de fumaça se transformando rapidamente em recados bem dados.
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