Eu tenho um interlocutor
cujo amor pela palavra e a intimidade com que tece em renda perfeita seus
escritos nos aproximou. Devo este acontecimento aos cabos invisíveis da
atualidade que junta todo mundo numa mesma bolha também ficando difícil até
separar o joio do trigo. Mas, convenhamos, com o nome próprio que ele porta não
ficou complicado constatar que um “Filho do Campeão” só poderia dar saltos de afinidade,
generosidade e empatia. Esta última, aliás, acontece através de apenas um olhar
ou, não tão amiúde, quando se tem uma base de educação das antigas ou ainda,
como é o caso, o gosto por escrever.
Eu me dirijo a ele pelo nome
próprio que no significado geral dos dicionários também se denomina “Filho da Nuvem”
o que achei de certa maneira uma alcunha mais que perfeita para denominar este
personagem que apenas conheço pelas páginas trocadas e pela voz. Lembro que ao alternarmos
textos paira sobre nós nuvens de duvidas, interrogação sobre um tema ou outro,
troca de significados e por fim
autorização para o fim do debate, sempre profícuo.
Pois ora veja, em uma
conversa rápida trocando informações nem tão importantes sobre a vida que passa
o Filho do Campeão (ou da Nuvem) resolve que devo mudar o modo de tratamento,
eliminando o nome próprio e utilizando o apelido, gracioso, é verdade, porém,
de algum modo desvirtuando o real significado do seu belo nome que tem a
historia na origem. Fiquei honrada com a oferta, mas também relutante porque talvez
houvesse uma quebra na pompa e circunstância dos primeiros parágrafos que se
esvairiam como pó de ouro no ar.
Então comecei a imaginar se
de ora em diante as conversas se adequassem ao “modo” apelido, de ambas as
partes, porque a quebra do protocolo deve ser igualitária e por este motivo lhe
revelaria o meu. De criança, e que não é nada sonoro, diga-se. Pensei muito no
assunto e por todos os inícios de conversa que projetei na mente não havia
jeito de enredar algo que combinasse com os apelidos. Ambos gostamos de
palavras mais eruditas, mais inusitadas e que o ser comum de hoje não faz a
menor ideia de onde elas vêm. Esta é a graça. Nossas letras que ora andam separadas ora
achamos por bem misturar não terão uma bela combinação na assinatura. Sinto
muito “Filho do Campeão”. Pedido negado.
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