Estão me sugerindo argolar alguns desejos e
sair por ai dependurada neles ou vice-versa como um bom augúrio para
realiza-los já que somente querer não anda bastando. Até parece que ora em
diante o mundo tenha virado um grande “objeto de desejo” aonde se vai
repartindo o que se quer e o que não, como se houvesse essa condição, essa
alternativa soberba de chamar a si somente o que sonhamos. A mim, parece que a
vida não anda com este viés idílico onde nos farta apenas escolher.
As argolas propõem, em primeiro lugar, que
nos atenhamos a vários anseios, inclusive dá uma pinta que todos possuem uma
titulação alegórica querendo, de certa forma, convencer o incauto de que
necessita com urgência daquele propósito e que sua existência irá se completar
se o alcançares. Tudo isto aparece como se os referidos não fizessem parte do
cotidiano do simples mortal que acorda, trabalha dá uma espiada básica na vida
e repousa novamente e tudo recomeça.
Deste modo vão surgindo pelas beiradas as
inutilidades do dia que promovem nosso desvio de atenção, que calcificam nosso
raciocínio, que destemperam a receita perfeita resvalando do que realmente
importa. O sino do amanhã bate sem parar afugentando energias que são
essenciais no presente e que faz a nossa vida andar, a par e passo, mas vai.
A sugestão do patuá, entretanto, não
desaparece com facilidade e fica ali no limbo da nossa mente porque ele quer
transmitir a “todo pano” que será a solução de nossas mazelas, do mal querer,
da traição, do abandono, do recado enviesado e do alcance dos propósitos do
mundo. Assim, ele sugere que se ande com o pescoço amarrado na cobiça de meia
dúzia de intentos. Parece pouco para
quem deseja estar desamarrado de tudo.
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