Finalmente está tudo aparentemente vazio,
limpo, sem cor, existindo apenas um sopro de energia que se apresenta tão sutil
que fica difícil tentar arrumar o novo. Nesta plataforma imensa que se
configura como um lugar perdido no tempo, que de repente existe apenas em si,
seus cantos estão enquadrados na arquitetura do nada, o assoalho não demonstra gastura,
as paredes se jogam para o alto como se quisessem romper a linha invisível que
o tempo traçou sem ameaças, sem sofrimento na procura, quase parando com certa
estratégia, para que tudo apontasse para outro destino.
Pouco a pouco as ideias foram se acomodando,
mas sem esclarecer de fato seu propósito, com apenas o sinal de um olhar que se
esvanece como pó proporcionando à mente encontrar o que parece se esconder, ou
talvez ficar de frente com a magia do esfumaçar-se de improviso.
A busca inglória nas passadas também não
deixou rastro, evidenciando que neste viés existe apenas o pano de fundo que
talvez esteja escondendo o investigado. A verdade é que tudo se ocultou para
que houvesse a chance de novo desígnio, uma perspectiva asseada, desocupando a
alma que, agora em sua solidão, se enche de duvidas e medo.
E foi assim, com este caminho de aparência
inovadora e perspicaz que se instalaram os modos mais assertivos. O desfile
iniciou com o olhar sempre estendido e em conluio com a paisagem, os ouvidos,
laceados de tanto ouvir o que não faz falta agora estreita a sonoridade fazendo
eco com os novos sons, o sorriso, outrora atravessado, segue na baila dos
lábios por pura sabedoria, os braços, antes sempre em defesa, se posicionam no
abraço, as pernas se aligeiram para os encontros, os cabelos se jogam no ar em serventia
ao vento, os pés aprisionados estão sempre enredados na espuma e as mãos,
livres e ágeis no relato.
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