Ele é vermelho para todo o mundo, mas existem
algumas metáforas alcunhando nosso tecido mor como algumas castas que o diriam
de cor azul e também para a gauchada que ao torcer pelo time preferido diz que
o seu sangue é da cor de sua bandeira. Alegoria um pouco exagerada uma vez que
se for necessário doar um pouco desta seiva, a cor premente vai aparecer.
Um corpo completo mantém as canaletas em
constante renovação em circuito fechado, bombeando em todos os sentidos, deslizando
nas partes mais longas da carcaça ou fazendo evolução nas tantas curvas,
driblando toda a sorte de obstáculos fazendo-se passar com altivez a sua trinca
que limpa e se previne contra seus malfeitores que às vezes se infiltram no físico.
Temos tantos canais navegáveis deste liquido
precioso e oculto aos olhos no dia a dia que parece não nos darmos conta da sua
importância ou da falta que ele faz fora de nossas veias, o quanto podemos
socorrer a quem dele precisa um pouco, quem, por alguma desfaçatez do destino, se
partiu em cacos abrindo uma brecha para que o desvio do precioso escarlate
desague em alguma calçada, no meio da rua, ou em lençóis de pronto socorro.
Por estar muito bem protegido dentro de nós
mesmos custamos a crer que se abrirmos mão de alguns mililitros nada afetará o
funcionamento da máquina azeitada que estamos usufruindo por ora. Nossa região,
rica em canais marítimos, riachos, vertentes, lagos e rios que se conectam
entre si, a céu aberto ou por debaixo da terra, e que resulta em terrenos e
várzeas férteis, nos dá o exemplo de como nossa vizinhança pode ter a saúde imunizada.
Basta esticar nosso braço saudável para que um pouco de nós jorre pelo outro.
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