Começam cedo porque parece que necessário se
faz estar enroscado, abraçado e grudado em seres semelhantes e que se não
houver a constante troca de tudo, ou quase, não haverá lugar no mundo para o
dito cujo. São muitas as denominações para um grupamento, para a tendência de
se fundir, de fugir de si para se abrigar entre tantos, de se meter em meio ao
caos barulhento onde com tantas vozes resta a impossibilidade de ouvir. Um
mundo onde não existe a escapatória de não ter reflexo.
Para tantos e uns poucos mais, tudo começa
quando a necessidade de ser espelho é tão agravante que andar ou ser só parece
tarefa para fracos, e somente se amontoando será reconhecido e talvez reparado.
E assim se estabelece tantos pedaços de conversa entremeada pela necessidade
premente de se posicionar como estrela em um firmamento tão espesso que somente
subindo sem parar não será empanado seu brilho.
Desta maneira vai se levando a carga que nos
é de direito e as de nem tanto, porque além de buscar uma identidade o entorno
exige que se abra a alma para que então possa existir a comparação, o contraste
de orgulhos, os impulsos hedônicos, a participação, a conversa incansável sobre
todos, tudo e mais um pouco. E na ânsia de ser completo surge por todo lado as
confrarias, da cachaça, do vinho fino, do gourmet, da cerveja artesanal, do
espumante e assim o mundo virtual entra em cena, como se não quisesse nada,
como se inocente e invisível fosse.
Com pompa e circunstância inaugura-se o grupo
irreal que leva de arresto quem nem pensa em conversar fora de hora, que tem
para si que as vozes interiores são tão intensas que não sobra espaço para
tanto fonema distraído, para interlocução desvairada e assim os minutos
preciosos da vida vão sendo sugados para um ralo sem fundo. Fica a sensação de
impotência diante da premência do mundo – que ora se denomina virtual – de
criar um desassossego íntimo com uma obrigatoriedade de pertencer. Para tudo
que eu quero descer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário