As circunstâncias estavam muito favoráveis e
talvez fosse necessário mudar o rumo do que até agora foi feito, apesar de que
sempre que se engata a marcha, impossível desacelerar, depois de sempre sorrir,
impossível chorar, depois de gastar-se em atenção constante, emudecer parece
trágico, depois de sempre relevar, subir o tom é ficar sem voz, depois de nunca
se melindrar, ajustar as razões parece agressão. E as desculpas para lá de
esfarrapadas iam sepultando as intenções de mudança.
Mas era por ali que o começar aconteceria, uma
vez que tantos fatos se apresentassem com uma verve indecorosa que era
impossível não lhe dar atenção. E foi nesse caminho de observação que o tudo ou
nada se oferecia e não havia meio termo porque o tempo passara, e tudo já
estava desarrumado como sendo um aviso para o desembarque.
Assim também se tornara inválido trocar de
lugar os fatos porque enviesados já estavam, em alguns o foco se apagara e em
outros a luz constava exuberante, talvez porque aqueles continham uma história
mais virulenta, mais aguerrida em consolidar-se. Pelos lados, ocasiões de
somenos importância que jaziam na espreita coroados pela luz difusa deste breve
resvalo na impotência.
Parece estranho tentar reverter ditas
verdades, mas a premência está fixada na limpeza de tudo o que ainda se mantem
de pé, os lances que não fazem sentido, que não favorecem que não acrescentam
que não trazem alegria. O pano da faxina conduz a mão ao invés de ser o
contrário, porque de tudo estar tão claro agora os acontecimentos se descolam
daquela via, se extraviam estonteados por não terem mais propósito, se jogam
desmilinguidos por não terem significação na exorbitância e no desatino. Tudo
vai sendo relegado ao efêmero que capricha na depuração e agora restam
insólitas palavras soltas, frases sem nexo, sofreres sem propósito, desgostos
desativados. Uma brecha para não ser mais preenchida.
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