Tinha sempre um quê de desatino surgindo em
cada virada do dia, das horas, dos cliques, das ondas do tempo que não funcionavam
mais como dantes. Não havia escapada honrosa, não se percebia uma forma de não
participar, de não se deixar levar, de não tomar conhecimento. Invadir sem
fiança combinada é o jeito de se aprender a conhecer os outros e muito mais, a
si mesmo.
Fica combinado que estabelecer laços é uma
ordem e não uma opção e assim estamos reféns de todos os pedidos que nos
subtrai da independência, do anonimato e junto de alguns vem incluso uma gama
imensa de non sense.
Mas o cenário que se avizinha quando uma
impermanência acontece, fura os olhos que se perpetua no vazio, rompe os
tímpanos através do silêncio ensurdecedor que não é apregoado e que com
absoluta exclusividade se materializa somente para quem o escuta.
Dá-se o inicio da temporada de momentos que
são ditados pelo assombro do dia raiando dentro do seu tempo único e que será
apreciado por quem refez seu destino. A sina, com um embarque que exigiu apenas
certa mala com medidas incomuns personificava uma tradução metafórica. Na
condição escolhida, os compartimentos foram sendo preenchidos somente com o que
existia de mais precioso e o que não contava uma estória, se evaporava no tempo
inexorável, sem deixar rastros uma vez que não foi relevante ou importante, ou.
Dentro deste invólucro simbólico se conseguia perceber peças sem conexão, sem
vida aparente, sem luz e sem essência.
O descarte acompanhou esta valise sem
personalidade que nasceu, neste caso, para ser usada e rejeitada. Em sua feição
de fábrica ela não conseguiu embarcar o passado e foi assim que o velho bagageiro
perdeu a finalidade. Esta alegoria imaginária de mudança trouxe esperança.
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