Naquele momento achei necessário ter certeza
do envio daquelas mensagens, mas depois, pensando melhor, me dei conta que
palavras dispostas ou indispostas vez ou outra, são esquecidas por causa do
assunto, por preguiça de reler a obviedade, ou ainda, pode ser cansativo trazer
de volta as letras que se tornam passado no momento em que são cravadas.
Então resolvi deixar para lá e procurar
outros vocábulos, mais elegantes quem sabe, harmoniosos entre si e não uma
conversalhada de louco onde um fala e o outro também e os assuntos quase sempre
não se encontram, se esburacando toda a intenção de se estabelecer a conexão.
Enquanto me nego a olhar no retrovisor para
talvez pensar em alguma bobagem, acontece aquele despreparo que eu tenho de
compreensão nos formatos outrora originais dos encontros, factíveis de
alienação por todas as partes, causando a mim uma tristeza, um desconsolo. Dá-me
certo cansaço de não poder ter a oportunidade de observar os trejeitos, os
olhares, a respiração, o compasso da vírgula e do ponto que se entrelaçam com
perfeição na composição de uma conversa.
Seguindo na minha perseguição airada de
apenas simpatizar com o presente e ao mesmo tempo me sentindo com um viés
antigo, não me deixei intimidar. Percebo que o corpo que fala deixou de ter
importância nas conversas, os olhos que perscrutavam diferentes nuances se
acomodaram em exasperadora fixação. As mãos que executavam um balé muito
particular e que acompanhava o tom de voz, desde os mais tensos aos mais
encantadores, não possuem mais esta destreza e enrijecem espontaneamente, assim
que o envolvimento entra no ar.
A
cabeça afeita a meneios quase involuntários já não se movimenta ao ritmo do
riso espontâneo, os lábios não se abrem em franco sorriso no baile do assunto,
os ouvidos estão mudos, o pescoço se alonga tanto que se tem a impressão que
vai se desintegrar do resto do esqueleto.
Resta
a este corpo sem autoridade para se expressar ziguezaguear sem rumo desistindo
do agora.
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