Em um primeiro momento eu
contei certo que aquele assunto teria de ser enfrentado com astúcia e paciência
e quase me imolei em sacrifício, uma vez que eu não tenho estas qualidades. Mas,
“não está fácil para ninguém” jargão da hora de uns e outros e então resolvi
que eu seria minimamente inteligente e tranquila, mais duas coisas de que sinto
muita falta em mim quando o caldo entorna.
Mas se eu não as tenho neste
exato momento de premência, terei que pedir emprestado e ao meu redor todos do
alvo viraram a cara ao meu esforço. A bola nas costas rola solta no meu
campinho e na continuação do contexto lembrei que nestas ocasiões fechar a cara
e ser firme funciona. Negue um sorriso e verá que a energia que está rolando
contra você dá uma baqueada geral e recua. Então foi o que eu fiz.
Mas fiquei triste por não
poder intercalar na roda da conversa nada animadora, diga-se de passagem, a
benção de uma gracinha, a facilidade que o bom humor proporciona mesmo em
assuntos mais espinhosos. Levantou-se no ar certa mágoa por ter de passar por
este momento sem merecer a ousadia do descrédito e ter de ouvir apartes fora de
controle e de propósito para o momento. Neguei meu sorriso e leveza no trato
com o outro e isso doeu mais em mim, certamente. Mas seguir em frente sorrindo
se aparentava totalmente impossível, por isso sucumbi.
Existe uma crise no ar, uma
piora de atitudes que antes serviam de norte para todos, jovens e velhos. Era
um tipo de cartilha dos bons modos que todos recebiam ao nascer antes mesmo de
abrir os olhos. As famílias honravam estes mandamentos e os passava de pai para
filho para que sempre que houvesse discórdia, discussão ou ideias diferentes lembrasse-se
de seguir o rito.
A cartilha jaz sem serventia
neste século, onde grassa o império da falta de educação e respeito ao próximo.
Mas eu ainda penso que abrir um sorriso seria uma ótima solução. Antes de ler a
cartilha, é claro.
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