Não me perguntem como eu vim parar ali e ainda por cima tão bem acompanhada parecendo uma doce configuração romântica onde paira no ar um conluio, uma performance cálida, bem ao meu gosto e parece, somente a mim, porque quando eu quis lembrar do fato efetivamente, eu não o encontrei, parecendo que ali havia mais uma vez uma ilusão. Ando assim, destrambelhada, aérea e com certos medos uma vez que eles se mostraram reais.
Eu tinha certeza que alguma coisa havia acontecido comigo mas não conseguia lembrar exatamente o quê e por isso deleguei à minha moringa encanecida que ajustasse os fatos dos quais eu havia me perdido. Não deu outra, os anjos parceiros vieram me apontar que a situação de fato aconteceu, mas foi forjada. Então, mais uma vez caí dentro de mim mesma e sufraguei no idílio inventado e agora estou aqui a pagar a invenção, porém, com prazer.
De concreto me passou uma determinada conformidade por eu ainda ter a capacidade de me iludir, de acreditar e – porque não – de dar a cara a tapa. Enquanto houver no fundo da minha alma créditos que me possam garantir um sonho, com certeza irei usá-los porque tenho em mim que fica mais engraçado e divertido fingir que acredito na mentira do que desistir do que me ofertam. Afinal viver é isso. Enfrentar, aceitar, ganhar, perder, desistir, começar de novo e ir.
Agora, avisada, volto ao sonho e me encontro no meu
lugar, um paraíso na terra que tem endereço fixo e é aqui que purifico minha
alma, deito louros aos desafetos uma vez que sempre existirão, engrandeço quem
me ouve, faço ouvidos de mercador a quem me descarta e me apaixono novamente
com determinada teimosia.
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