Cheia de assunto vergo minhas falas com sofreguidão apenas
encontrando um eco ao longe, desinteressado e ausente do conteúdo a que me
proponho, me parecendo com nitidez, que minha cabeça esbraveja solitária.
Houve um tempo, que até parece outra vida, onde as palavras
eram o mote principal de encontros, e a ira e a audácia caminhavam em cabeçadas
uníssonas, sempre se fazendo acompanhar pela risada espontânea, pela ironia
inteligente, pela graça de propor e pela alegria de simplesmente estar.
Nunca
desisto de procurar uma chance de enxergar nas caraminholas insistentes, aquele
achaque que me bafeja a testa e que me faz, airada, pensar
Talvez tudo tenha se perdido nas areias da
praia iluminadas pelo sol de outono, que agora recolhe ávida todo o brilho da
natureza para si, uma vez que cansada de ser espezinhada e agredida por todo o
tipo de pisante. Vai ver que os cascudos do mar, novos moradores, e as aves
mais gordas estejam me ouvindo e pedindo silêncio ao meu interior barulhento.
Pode não parecer à primeira vista, mas desconfio que a
insegurança e o medo eternizam o motivo do esconde-esconde, tais como os
caranguejos que voltam para a beira do mar tranqüilos, pois chegou a hora de
vagar para o lado e para trás. Mesmo.
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