domingo, 10 de abril de 2011

Assuntos



Cheia de assunto vergo minhas falas com sofreguidão apenas encontrando um eco ao longe, desinteressado e ausente do conteúdo a que me proponho, me parecendo com nitidez, que minha cabeça esbraveja solitária.

Houve um tempo, que até parece outra vida, onde as palavras eram o mote principal de encontros, e a ira e a audácia caminhavam em cabeçadas uníssonas, sempre se fazendo acompanhar pela risada espontânea, pela ironia inteligente, pela graça de propor e pela alegria de simplesmente estar.

Nunca desisto de procurar uma chance de enxergar nas caraminholas insistentes, aquele achaque que me bafeja a testa e que me faz, airada, pensar.

Talvez tudo tenha se perdido nas areias da praia iluminadas pelo sol de outono, que agora recolhe ávida todo o brilho da natureza para si, uma vez que cansada de ser espezinhada e agredida por todo o tipo de pisante. Vai ver que os cascudos do mar, novos moradores, e as aves mais gordas estejam me ouvindo e pedindo silêncio ao meu interior barulhento.

Pode não parecer à primeira vista, mas desconfio que a insegurança e o medo eternizam o motivo do esconde-esconde, tais como os caranguejos que voltam para a beira do mar tranqüilos, pois chegou a hora de vagar para o lado e para trás.


Mesmo.

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