sábado, 22 de janeiro de 2011

Fase


O lugar era exíguo, diferente do que meus braços e minha cabeça espaçosos estavam acostumados. Mas, não foi difícil me adaptar, colocando ao meu redor tudo de que necessito.

Existindo de certa forma um pouco fora do chão e muito indo a ele catar as coisas que se soltam no meu quadrado. Coisas tão pequenas e de tão grande significado para que se complete a operação, seja do trabalho do lazer ou do sonho.

Na contrapartida do apertado espaço físico, a imensidão da natureza a me desafiar todo dia com oceanos profundamente revoltos muitas vezes, ventos fustigantes e céu enfarruscado. Quando passa a fúria, nem parece a mesma natureza, com águas calmas, um nadinha de vento e um calorzinho que mais aquece a alma do que o corpo.

Foi então que eu percebi que o meu coração está num compasso que não acompanha o momento. Bate devagar. Mais se arrasta inaudível. Apertado, pequeno, não anda dando conta do entorno.

Não tem se comovido com as perspectivas.
Não tem se agrandado nas conversas tão aguardadas.
Não tem batido forte emocionado.
Não tem tido paciência com o amor, seja de quem ou qual for.
Não tem sem expandido fora do cercado.
Não tem tido nenhuma função relevante.

Coração na mão.

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