sábado, 18 de dezembro de 2010

Estou fora


Temporada de fuga esta, quando a histeria toma conta de todos como se o mundo fosse acabar e a mesma pieguice atravanca os espaços e todos os rostos.

Estar fora deste redemoinho eufórico que transforma os espíritos colocando-os numa luta insana de analisar e completar o que deveria ter sido feito e, ai meu deus, rapidamente estabelecer no GPS nosso destino.

Escapar do progresso e vivenciar coisas mais simples, como uma conversa sobre o tempo na quitanda da esquina, uma observação sobre as alfaces, andar por entre ruas distribuindo sorrisos bobos. Lançar o olhar de grande angular admirando toda a natureza, surripiando tiranamente o que não favorece a vista.

Férias ao pensamento que me açoda e me persegue com o algoz da eterna conexão, esta fobia humana que nos aprisiona por livre arbítrio.

Total interação comigo mesma e com a minha vontade de simplificar e olhar o futuro, e os outros, com lentes mais brandas, filtradas na visão mais esmaecida de todos os desejos e paixões.

Passar ao largo do cinismo e das promessas não cumpridas, do escamoteamento de sentimentos verdadeiros sem a menor ousadia na aventura do caminho, porque a chegada, essa, poderá nunca existir.

Correr célere para tudo que possa manter a risada em alta passando por assuntos como gato em brasas.

Frugalidades.

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