sábado, 31 de julho de 2010

Aborrecida


Olhar de peixe morto. As pálpebras parecem tão cansadas e tão carregadas de enfado que a energia peculiar do olhar destrói qualquer tentativa de melhorar o clima.


Suavemente a vista empurra tudo ao redor, levando para outro lugar as melhores idéias e os mais significativos pensares.

A criatividade que costuma fazer sua ronda, salta sem dono a esmo, querendo fugir da câmera aterradora, que destrói os melhores planos. O magnetismo do baixo às vezes supera as tentativas de sair da órbita calculada e desesperançada.

Talvez seja este o propósito de tal desfeita no ar atingindo cabeças pensantes magnetizadas pelo desinteresse do momento. Períodos imperdíveis que este olho refuta, atormentado e preso na agonia, talvez. Um adiantamento na busca da intolerância que acontece ao redor.

Quem sabe partilhar as agonias vão servir de alento e consolo para se libertar da mesmice. Coração e mente parados no ar, suspensos pelos tensores implacáveis do tédio.

Sacudir os fatos com vigor é necessário quando o olhar vaga sem graça. O despropósito poderá parecer a única saída para a vagareza dos acontecimentos e pela imaginação que tudo está estanque.

Treinando um novo olhar.

Nenhum comentário:

Papelaria em dois tempos

  Não sei quem me encontrou primeiro, se aquela papelaria antiga ou eu, que ando gastando a sola do sapato atrás de quinquilharias que lembr...