domingo, 9 de maio de 2010

Avatar


Vou colocar meu avatar e andar por aí sendo outra. Uma que nunca fui, quem sabe.

Uma nova forma que me deixaria diferente e talvez nem bem do meu agrado só para experimentar como viver em outro corpo ou em outra fantasia.

E, sabe-se lá, atrair alegorias, seres de melhor dimensão, e talvez, menos aflitos amores.

Uma cabeça diferente, com outros pensamentos. Olhares diversos do que estou acostumada a olhar, ouvidos mais sagazes para ouvir o que nem penso em escutar. Viver entre tantos.

Vestimentas que não apontam pra onde vou nem de onde venho mas que apenas me dêem conforto térmico e de movimento.

Mãos hábeis para outras tarefas que não seja bater célere num teclado que já é minha extensão, hoje.

Pernas mais curtas e lentas nas passadas aproveitando outros caminhos, trilhas de menor passagem e desvios não tão radicais.

Este avatar me faria ter menos força de atitude e intensidade e escasso calor humano me colocando tudo de menos.

Sendo outra, e fantasiada, não iria usar as palavras como se minhas fossem e nem a escrita como recados que sequer foram solicitados

Quem sabe uma testa sem pensamento nem fundamento somente existindo se plugada em outras instâncias.

Um ser etéreo, avoado, uma mulher impossível.

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